I'm not there
Finalmente havia chegado o dia para eu ver o novo filme de Todd Haynes. Minha decisão de assistir "I'm not there", a biografia livre de Bob Dylan, nada tinha a ver com o cantor. Não que eu tenha algo contra ele, simplesmente não conheço tanto para ser fã. Mas como amei 'Velvet Goldmine' e o filme ainda tinha Christian Bale, Cate Blanchet e Heath Ledger no elenco, por que não assistir?
Mas toda minha empolgação foi meio que por água abaixo. Primeiro, porque eu não sabia que as mochilas e bolsas agora são cinéfilas. Cada fila do Odeon tinha duas pessoas sentadas e 15 mochilas guardando lugares. Depois de me estressar com um babacóide e a namorada bagulho, consegui um lugar razoável.
O filme é bem a cara do Todd Haynes: visual impecável, roteiro quase inexistente, narrativa alinear e todos personagens fictícios. No caso de Dylan, são quatro representando cada um uma faceta dele (para saber mais vale clicar aqui: http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/0,,MUL110656-7086,00.html) . Tem até Arthur Rimbaud no filme, o que aliás eu achei a maior coincidência do mundo, porque estou justamente lendo um livro sobre os últimos dias dele na África.
Outra surpresa foi ver a Charlotte Gainsbourg no elenco. Só nessa semana, foi o segundo filme que vi com ela. E Kim Gordon também, numa ponta bem pequenina.
Não sei se foi o atraso de meia hora ou minha falta de intimidade com Bob Dylan, mas para mim faltou alguma coisa no filme. Cate Blanchet está excelente, Christian Bale também sempre!! Mas sei lá, foi cansativo. A parte do Richard Gere, por exemplo, eu cortaria fácil do filme.
Os diálogos também são muito surreais. Cheios de frases enigmáticas que não dizem nada claramente, mas são faladas de forma a parecer que têm muito significado.
Também não tive vontade de ouvir ou saber mais sobre Bob Dylan ao sair do cinema. Acho que preferia mesmo era rever "Velvet Goldmine".