Churros com Limonada

sexta-feira, setembro 28, 2007

I'm not there

Finalmente havia chegado o dia para eu ver o novo filme de Todd Haynes. Minha decisão de assistir "I'm not there", a biografia livre de Bob Dylan, nada tinha a ver com o cantor. Não que eu tenha algo contra ele, simplesmente não conheço tanto para ser fã. Mas como amei 'Velvet Goldmine' e o filme ainda tinha Christian Bale, Cate Blanchet e Heath Ledger no elenco, por que não assistir?

Mas toda minha empolgação foi meio que por água abaixo. Primeiro, porque eu não sabia que as mochilas e bolsas agora são cinéfilas. Cada fila do Odeon tinha duas pessoas sentadas e 15 mochilas guardando lugares. Depois de me estressar com um babacóide e a namorada bagulho, consegui um lugar razoável.

O filme é bem a cara do Todd Haynes: visual impecável, roteiro quase inexistente, narrativa alinear e todos personagens fictícios. No caso de Dylan, são quatro representando cada um uma faceta dele (para saber mais vale clicar aqui: http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/0,,MUL110656-7086,00.html) . Tem até Arthur Rimbaud no filme, o que aliás eu achei a maior coincidência do mundo, porque estou justamente lendo um livro sobre os últimos dias dele na África.

Outra surpresa foi ver a Charlotte Gainsbourg no elenco. Só nessa semana, foi o segundo filme que vi com ela. E Kim Gordon também, numa ponta bem pequenina.

Não sei se foi o atraso de meia hora ou minha falta de intimidade com Bob Dylan, mas para mim faltou alguma coisa no filme. Cate Blanchet está excelente, Christian Bale também sempre!! Mas sei lá, foi cansativo. A parte do Richard Gere, por exemplo, eu cortaria fácil do filme.

Os diálogos também são muito surreais. Cheios de frases enigmáticas que não dizem nada claramente, mas são faladas de forma a parecer que têm muito significado.

Também não tive vontade de ouvir ou saber mais sobre Bob Dylan ao sair do cinema. Acho que preferia mesmo era rever "Velvet Goldmine".

quinta-feira, setembro 27, 2007

Sem mais delongas


ADOREI!!!!!

terça-feira, setembro 25, 2007

Quando a vida imita os filmes

Com certeza. "Ensina-me a viver" é um dos filmes que mais gosto. Lançado em 1972, chegou ao meu conhecimento através da Sessão da Tarde, na época em esse programa ainda passava filmes de qualidade.

O filme fala sobre a história de amor entre Harold (Bud Cort), um jovem obcecado com a morte, e Maude (Ruth Gordon), uma senhora de 79 anos cheia de vida. Apesar da mãe de Harold se empenhar para apresentá-lo uma noiva de sua idade, ele escolhe é a amalucada senhora, uma espécie de avó da Clementine de "Brilho Eterno Sem Lembranças".

Nas telas, a história de amor não convencional nos parece linda e cheia de lições de moral: não se deve ter preconceito, é necessário aproveitar a vida, etc e tal. Mas quando a vida imita o filme, a história é bem diferente.

Nesta terça, me deparei com uma notícia no G1 sobre o casamento de uma senhora de 82 anos com um rapaz de 24. Ela era amiga da mãe do noivo e o conhece desde pequeno. Depois que a mãe dele morreu, os dois passaram a morar juntos. Noivaram e agora vão subir ao altar.

Não precisa nem dizer que a reportagem (que você pode ler em http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL110009-5602-387,00.html) especulou que o motivo da união seria meramente financeiro, o que o noivo negou.

Verdade ou não, é engraçado ver que quando se é ficção, tudo é válido. Mas que "na vida real" ainda estamos longe do preconceito.

A matéria acabou servindo de "pilha" para as amigas solteiras que sonham em se casar. Afinal de contas, a moral da história é que a esperança é a última que morre.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Elvis Pelvis

Essa foi a minha segunda escolha no festival. Para dizer a verdade, não foi bem uma escolha minha. Fui porque minha amiga fusca me chamou.

Mais uma vez, a sinopse era enganadora. "Pai que gosta de Elvis obriga o filho a ser como cantor, mas ele queria ser Jimmi Hendrix". Parecia uma comédia louca e bacana, mas o que se passou nas telas foi um filme legal, mas bem para baixo. Não era bem o tipo de programa que eu queria para um domingo.

Ao fim da sessão, a pergunta que não quer calar: quais seriam os correspondentes para uma versão brasileira? O pai quer que o filho seja Roberto Carlos, mas ele quer ser Pepeu Gomes? Ou melhor, o pai quer que o filho seja RC, mas o filho quer ser Ney Matogrosso na fase Secos & Molhados.

Na versão feminina, seria fácil. A mãe quer que a filha seja Elis Regina, mas ela quer ser Baby Consuelo, em tempos de Novos Baianos, que fique bem claro.

Qualquer outra sugestão, será bem aceita! :-)

Shortbus

Minha estréia no Festival do Rio foi com "Shortbus", o novo filme de John Cameron Mitchell. Para mim, que adorei "Hedwig", era imperdível. A sinopse que descrevia o filme como sendo a história de um casal gay tendo uma relação aberta, uma terapeuta sexual que nunca teve orgasmo e uma dominatrix não era lá muito animadora. Saber também que o filme tinha muitas cenas polêmicas de sexo também não me empolgava, mas era meio impossível que 'Hedwig' tivesse feito algo ruim. Por isso resolvi conferir. E não me arrependi.

As cenas bizarras de sexo estão lá. E não são poucas. Mas passada a estranheza inicial, o filme vai te cativando através das excelentes tiradas. E não foi só comigo. No fim, a platéia toda vibrou e gritou. Parecia final de campeonato de futebol. Muito engraçado.

Não vou contar muito, porque se não vai perder a graça. Mas tenho que dizer que saí do filme apaixonada pelo ator que faz Ceth (Jay Brannan), um modelo que se envolve com o casal gay Jamies. Um senhor desperdício, como dá para ver pela foto.

Para saber mais dele, basta ir para: http://www.jaybrannan.com/

Para pegar o 'Shortbus', clique em www.shortbusthemovie.com/index.html

sexta-feira, setembro 14, 2007

Transgressão à moda antiga

Na terça-feira passada, fui apresentada a George Sand. Na verdade, à Amandine Lucie Aurore Dupin (foto), que usou um pseudônimo masculino para poder ter uma carreira literária.

Amandine não ficou conhecida apenas pelos bons livros que escreveu, mas também pela vida que levava. Mulher à frente de seu tempo, teve vários amantes, o mais famoso deles sendo o compositor Chopin. Também costumava se vestir como homem para poder freqüentar os bares, onde bebia e fumava seu charuto cubano, coisas proibidas para as mulheres de sua época.

A história dela me fez pensar o que seria vanguarda para nós mulheres hoje em dia. Fumamos, bebemos e usamos roupas masculinas. Muitas não casam e trocam de parceiros quando querem e sem aparente constrangimento.

Dois dias depois de 'descobrir' George Sand estive com uma amiga bonita, independente, bem resolvida e solteira. Ela me contou, em tom divertido, que um pretendente sem noção acusou-a de ser uma "mulher com problemas" porque, com 30 anos, nunca havia se casado ou tido filho.

Ao que parece, viver sozinha e bem continua a ser uma transgressão.

PS - Se você, como eu, não a conhecia e quer saber mais vá em http://www.georgesand.culture.fr/fr/index.htm

quinta-feira, setembro 06, 2007

O mundo definitivamente é um ovo

Hoje eu tive a certeza de que o mundo, definitivamente, é um ovo. Há dez anos, eu tinha um amigo inglês que morava no Rio. Depois de passar um ano por aqui, ele voltou para a Inglaterra e a gente passou a se falar cada vez mais esporadicamente.

No início do ano, fui a trabalho para Bruxelas, onde conheci uma colega inglesa. Ela tinha o mesmo sobrenome do meu amigo. Achei curioso, mas vai saber, de repente poderia ser um sobrenome comum.

Anteontem resolvi escrever para ele. A última vez que a gente tinha se falado tinha sido em 2004, quando ele escreveu para contar que tinha deixado a Tailândia um dia antes da tsunami varrer o local.

Surpresa número 1: ele está no Brasil, em Salvador.
Surpresa número 2: a minha colega inglesa é IRMÃ dele.

Ficamos chocados com tamanha coincidência.

terça-feira, setembro 04, 2007

Como reconquistar seu 'mojo'

Parece brincadeira, mas não foi. Na sexta-feira, rolou um papo seriíssimo com um amigo querido que me contou ter recuperado seu 'mojo' recentemente. 'Mojo', para quem não sabe, é o bom e velho borogodó. "Agora, onde entro, todo mundo repara", contou ele todo feliz.

De fato, acho que o mojo dele está funcionando. Antes mesmo dele tocar no assunto, tinha o achado mais bonito do que de costume. Curiosa, quis saber a receita, claro! E aqui está:

  • Segundo o meu amigo, a recuperação do mojo é uma 'busca interna'. "Você tem que olhar para dentro de si", ensinou. "Mas demanda um retiro espiritual"?, quis saber. Ele não respondeu.
  • Mudanças no visual, como um novo corte de cabelo, também ajudam a recuperar o mojo.
  • Para recuperar o mojo, você tem que gostar de você. "Se achar o máximo, sem ser pretensioso", disse o 'mojo master'. Mas será possível algo assim?
  • Vestir-se casualmente também. Segundo ele, não pode dar a mínima para a roupa.
  • Para recuperar o mojo, diz ele, é necessário 'apagar do HD todas as memórias dos relacionamentos passados'. Ou seja, uma consultinha básica no Lacuna Inc, o consultório de 'Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança", e pronto.
  • Depois disso tudo, basta esperar e sentir o mojo recuperado. Meu amigo diz que não há tempo estimado para isso. "Não tem como precisar o tempo. È uma coisa que acontece, quando você menos espera, recebe um olhadão na rua e se dá conta que o mojo voltou", contou ele.
Se dá certo ou não, ainda vou comprovar. Mas essa, com certeza, foi uma das conversas mais divertidas que tive nos últimos tempos!!