Zélia Gattai
Foi com muita tristeza que fiquei sabendo hoje, com um dia de atraso, que a escritora Zélia Gattai tinha falecido. Eu tinha 11 anos quando a descobri, por conta da adaptação da Rede Globo fez de seu primeiro livro, o excelente “Anarquistas, Graças a Deus”.
Eu adorava a minissérie!! Quando ela acabou, não tive dúvidas: pedi a minha tia emprestado o livro, que devorei rapidamente graças a sua linguagem simples e envolvente. Mergulhei de cabeça mesmo e me sentia parte da família Gattai. Uma espécie de filha temporã de Seu Ernesto e Dona Angelina. Foi meu primeiro livro “de adulto”.
Depois, fui engatando nos outros livros: “Senhora Dona do Baile”, “Um chapéu para Viagem”, viajando junto com ela, que rodou o mundo e teve a chance de conviver com um bando de intelectuais que fizeram história. Eu gostava tanto dela que até fazia vista grossa à amizade que ela tinha com Antônio Carlos Magalhães (sim, ninguém é perfeito).
Há quatro anos, encontrei-a por acaso em uma palestra na Academia Brasileira de Letras. Apesar de não fazer o tipo que gosta de tietar, não tive dúvidas: ao fim do evento, fui até ela e me apresentei. Disse não podia ir embora sem lhe dar um abraço, pois tinha crescido lendo suas histórias e me sentia muito próxima dela. Ela foi uma fofa! Abraçou-me e fez mil elogios.
Curiosamente, Zélia foi morrer justo em um dia 17, que era o número preferido de Vadinho, o mais famoso personagem de Jorge Amado, seu marido. Só posso concluir que ela partiu em boas mãos.
2 Comments:
Voltou a escrever embora (em boa hora!). A missão já foi cumprida. Bjão!!
AGORA UM POST DE ADEUS A VISCONDE!
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