Churros com Limonada

quinta-feira, novembro 29, 2007

Vida de menina

Zapeando como sempre, tive uma agradável surpresa ontem à noite. Passava no Canal Brasil "Vida de Menina". Baseado no livro "Minha vida de menina", escrito por Helena Morley (pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant), o filme conta a história de uma adolescente de 13 anos que vive em Diamantia, no fim do século XIX.

Há tempos eu queria assisti-lo, porque me as críticas na época do lançamento, em 2004, tinham sido boas. Mas juro que não imaginava que fosse tão bom.

Espevitada, Helena vive mergulhada nos livros e gosta de inventar histórias. Sem papas na língua, não se furta a chamar a atenção para as diferenças sociais dentro de sua própria família ou a questionar com o padre da cidade os ensinamentos católicos. É também uma menina à frente do seu tempo: detesta morar na pequena e então decadente diamantina e quer trabalhar como professora. Casar não era uma prioridade: só o faria se encontrasse alguém que valesse a pena.

E se engana quem pensa que é um filme de mulherzinha. Através do diário de Helena, é possível ter uma idéia de como era a vida em uma diamantina decadente, na qual muitos moradores ainda sonhavam encontrar nos cascalhos esgotados os diamantes de antes.

O filme ganhou vários prêmios no Brasil e é tão bem feito que por mim teria concorrido ao Oscar. Mas no ano de 2005, o representante brasileiro, que nem chegou a ir para a disputa, foi "Olga". Nesse caso, um excelente livro virou algo horroroso e novelesco nas telas.

Minha vontade agora é ler o livro, publicado quando a autora tinha 62 anos. A idéia era deixar um registro de como foi sua infância para suas netas, mas "Minha Vida de Menina" fez um sucesso enorme entre a crítica brasileira, chegando a ser traduzido para o Inglês, Francês e Italiano, se não me engano.

Em meio a tantos filmes pretensiosos (e ruins) nacionais, "Vida de Menina" é um achado. E faz bem. Ontem, quando fui dormir, eu também tinha 13 anos.

terça-feira, novembro 13, 2007

Saudades desse tempo!

sexta-feira, novembro 09, 2007

Yo soy betty, la fea!

Nesta quarta-feira, finalmente estreou no canal Sony a versão americana de "Betty, a feia". Fã da novela colombiana, tava meio curiosa para ver a nova versão. Como desconfiava, a original é muuuuuito melhor!

Primeiro, não existe Nicolas, o melhor amigo de Betty, também feio e muito inteligente como ela. Nem Mário Calderon, melhor amigo de Dr Armando, chefe de Betty, e responsável pelo plano de conquista da feia, que acaba saindo pela culatra. Também não tem a mãe, que na nova versão morreu e foi substituída por uma irmã e um sobrinho.

Pior: Betty tem namorado na série americana. Na versão original, o espectador era levado a pensar que Betty era tão feia que jamais poderia ter ficado com alguém. Mas a história não foi bem assim...

A betty americana também é bem feia. Não sei como vão fazer para a transformação realmente dar alguma diferença. Se é que a transformação vai acontecer tão cedo, porque fiquei sabendo que o sucesso é tão grande lá fora que vai haver até uma segunda temporada.

Enfim, ainda é cedo para dar um veredito. Pode ser que a série surpreenda. Mas até agora, o único upgrade na minha opinião é o chefe de Betty. Nossa, a versão americana é muuuuuuuuuuito melhor. O original, coitado, parecia um galã de novela de quinta (não, isso não se aplica à "Betty, a feia").

Que fique bem claro que considero "Betty, a feia" uma das melhores novelas que já vi. Não é brincadeira. A versão colombiana não era um dramalhão, como são as novelas mexicanas. Era engraçada, bem escrita, boa mesmo!! Tão boa que chegou a ter uma continuação: Ecomoda. Mas essa foi tão ruim que nem passou no Brasil.

segunda-feira, novembro 05, 2007

O passado

Fui ver ontem o filme de Hector Babenco. A primeira impressão é que o cartaz engana bastante. Pela foto e pelo slogan – a separação também faz parte da história de amor, ou algo assim -, achei que o filme fosse mais para água com açúcar. Ledo engano.

Para começar, o que o filme retrata para mim não é amor, é obsessão. Isso fica bem explícito quando a protagonista funda um grupo chamado "Adéle H.", em alusão à filha do escritor Victor Hugo que enlouqueceu por conta de um amor não correspondido.

Aliás, o filme sobre a história de "Adéle H." vale muito a pena ser visto. Toda mãe deveria passá-lo para sua filha quando ela completasse 15 anos, porque ninguém merece passar o que Adéle passou por uma cara, ainda que ela seja responsável pelo próprio sofrimento (mas em parte não somos todas?).

Além disso, com exceção da tradutora, todas as mulheres são malucas. E o cara, bem ele devia adorar uma maluca. Afinal de contas, muitas de suas amantes já davam sinais de maluquice mal ela as conhecia. Mesmo assim, ele embarcava. De vítima, a meu ver, não tem nada.

Só espero que as pessoas não tomem esse filme como regra. Sinceramente, ando com saudades dos filmes água com açúcar!