Churros com Limonada

quinta-feira, agosto 16, 2007

Cenas cariocas

Cena 1
Sexta-feira, fui jantar com mais quatro amigos em Copacabana,, uma delas moradora de Paris há dois anos. Paramos o carro na praia, no vaga certa.

- Moça, o preço é R$ 2, mas estou sem o carnê – disse o guardador.

Minha amiga 'demi parisiense' ficou preocupada. A mãe de uma amiga dela havia passado por uma situação parecida e teve o carro rebocado. Tivemos que lembrar a ela que no Brasil é assim: já passava das 22h e, provavelmente, o cara devia ter carnê. Mas em vez de dar o comprovante como manda o figurino, preferiu mentir para embolsar a módica quantida de R$ 2.

Cena 2

Noite de terça-feira em Botafogo. Esperando o ônibus passar, eu e uma amiga avistamos um mendigo atravessando descuidadamente a rua correndo. Atrás dele, um marmanjo fortão. O mendigo com pinta de maluco tentava fugir atravessando a rua toda hora e o macho men teimava em persegui-lo. Já estávamos vendo a hora que um dos dois seria atropelado.

- Que absurdo!! Esse fortão vai acabar fazendo o pobre do mendigo morrer atropelado. Se fosse bandido mesmo, esse cara não corria atrás – reclamavam indignadas minhas companheiras de ponto de ônibus.

Não demorou muito, apareceu outro senhor e um playboy indie também atrás do cara. Perguntamos ao senhor metido a valentão o que se passava, ele covardemente se esquivou:

- Não sei de nada, não sei de nada!

Um marmajo com um pitbull se aproximou. Mas um valente pronto para bancar justiceiro, às custas do cachorro, claro!

Enfim, descobrimos o que acontecia: o mendigo havia tentado roubar a bolsa de alguém que estava em um bar. O fortão que o perseguia era o segurança da rua, algo que nem eu nem minha amiga sabíamos que existia na Voluntários da Pátria.

Na boa, eu e a minha amiga achamos que era muito esforço para fazer justiça a um mendigo com sacola do Mundial. Muito ridículo!

sexta-feira, agosto 10, 2007

Ética de camelô

Essa semana, fui no camelô perto do meu trabalho comprar DVD e CD virgens para mandar umas coisas do Brasil para o meu amigo Jujules, que mora na França. Pedi um DVD sem ser regravável e "um CD pirata".

- Pirata, não, né, moça? Virgem! - corrigiu o camelô.

Pois é, por essa eu não esperava, levar chamada de camelô. Tem até uma diferença, é verdade, mas vamos combinar: 99% das vendas do cara devem ter como fim piratear CDs originais e DVDs, né, não?