Uma mensagem de amor
Estava eu no ônibus, rindo e falando sozinha como de costume, quando um cara moreno e alto me abordou.
- Você não é a filha do Seu Limoeiro?
- Sou.
- Conhece a Nita?
- Conheço, claro.
- Então entrega esse bilhete para ela, por favor.
No papel, o nome, endereço e telefone dele. Sem querer ser preconceituosa, achei meio estranho porque a Nita tem mais de 50 anos e o cara parecia ter uns 30. Mas, depois de Dona Adelfa Volpes (que Deus a tenha!!), quem sou para julgar alguma coisa?
A minha cara, no entanto, deve ter denunciado a minha surpresa, porque ele logo se explicou:
- Você conhece a filha dela, a Cássia? Eu namorei ela. Eu ia deixar essa bilhete na caixa de correio, mas achei que ninguém ia entender. Eu quero essa mulher de volta para mim! Não esquece de entregar, não.
Que responsa!
- Pode ficar tranqüilo que entrego, sim. Mas olha não garanto o resultado da entrega – brinquei.
Ele não reclamou. Achei uma graça disso! Essas coisas, sinceramente, só acontecem comigo.