Assalto consentido

Não sei bem de quem é a culpa – se das casas de show ou da lei da carteirinha de estudante -, mas os preços dos ingressos de shows são um verdadeiro assalto.

Primeiro, foi o Tim Festival, com ingressos de R$ 150. Como se já não bastasse, a Vivo Rio está cobrando R$ 200 para quem quer ficar na pista do New Order. Pior: em São Paulo, tradicionalmente mais caro, o mesmo ingresso custa R$ 150.

Não é o único absurdo. Se você comprar um ingresso para o Tim Festival por telefone, paga uma taxa de R$ 5 na hora de pegá-lo na bilheteria no dia do show. O estacionamento também sai por R$ 15.

Ano passado, vi o New Order no Primavera Sound, um festival de música de Barcelona. Comprei o ingresso, que saiu por R$ 120, pela internet. Na hora de buscá-lo na bilheteria, não me cobraram nenhum extra. Só tive de apresentar uma identificação.

Pelo mesmo preço de um único palco do Tim, pude ver dezenas de bandas em pelo menos quatro palcos diferentes. Bastava escolher entre as atrações preferidas e se organizar para correr de um palco para outro.

Ao que parece, daqui a pouco vai valer mais apenas viajar para ver show do que fazer isso no meu próprio país.

Promessa cumprida

Salva pelo gongo, ou melhor, pelo trabalho, escapei da árdua obrigação de votar no primeiro turno (mas não tive a sorte de não ter que ir às urnas no segundo). Em vez disso, consegui cumprir a promessa e tomar um chope em homenagem a Salvador Puig Antich.

Tudo bem que o lugar escolhido, o Paseo de la Gracia, talvez não tenha sido o mais adequado. A rua é cheia de lojas das maiores grifes do mundo, um lindo símbolo burguês. Mas não resisti quando passei e vi dois velhinhos alemães tomando um canecão de cerveja.

Meu investimento foi mais modesto, afinal de contas, estava bebendo em euro. Mas, como diz o ditado, o que vale é a intenção.