Churros com Limonada

sexta-feira, março 05, 2010

Todas as estradas dão no mesmo lugar

"Você nem sempre terás o que desejas, mas enquanto estiveres ajudando aos outros encontrarás os recursos de que precise"
Chico Xavier

"You can't always get what you want, but if you try sometimes, you might find, you get what you need"
Rolling Stones

É impressão minha ou Chico Xavier e os Stones estão dizendo a mesmíssima coisa? ;-)

sábado, fevereiro 21, 2009

Leminski

Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Era uma vez...

João que amava a Maria. Os dois namoraram por dois anos, até que ela decidiu que estava na hora de partir para outra. Ele, coitado, não aceitava que a vida dela andara para frente e ele tinha ficado para trás. Virou um autêntico "homem-curupira". Por mais que tentasse seguir em frente, estava sempre olhando para trás. Até arranjava outras namoradas, mas o fantasma de Maria estava sempre presente.

Maria, por sua vez, fez de João uma página virada. Só uma única vez deixou o passado bater a sua porta, justamente depois que conheceu Pedro, com quem viria a casar. Ela não sabe dizer o motivo ao certo: se bateu um medo por ter encontrado 'o cara' ou se foi para ter certeza de faria a escolha certa. O fato é que, na época, deixou rolar um revival com o João, que só faltou explodir de alegria. Enfim havia recuperado seu verdadeiro amor. Ou quase...

Passado o susto, Maria deixou João novamente. E lá foram anos de mágoas, choros e questionamentos da parte dele: por que ela não o quis?

Recentemente, fiquei sabendo que João e Pedro estão amigos. Quase que de infância.

Daí a dúvida: seria esse fenômeno sinal de civilidade, modernidade ou falsidade mesmo?

sexta-feira, agosto 08, 2008

Sobre videntes

Quem me conhece, sabe que eu adoro fazer uma consultinha. Já fui a astrólogo, tarólogo, centro de umbanda, só ainda não fui ao Candomblé e ao mestre Chinês que uma amiga descobriu no centro do Rio (pode ser uma boa em época de Olimpíada). Mas de uns tempos para casa, estou achando esse negócio meio perigoso.

Imagina você ir num vidente e descobrir que ele é o maior carniceiro da guerra dos Bálcãs! Sinceramente, quando vi nos jornais a história da prisão do Radovan Karadzic não pude deixar de me imaginar numa consulta com Dragan Dabic, seu disfarce místico-curandeiro. Do jeito que eu e minhas amigas viciadas em videntes somos, se a gente tivesse de férias na Bósnia com certeza íamos acabar parando no consultório dele!

Sim, faço parte de um grupo de viciadas em previsões. Somente nos últimos dois meses, fui três vezes ao mesmo tarólogo. Não me perguntem o que tanto eu queria saber, porque nem eu sei responder. A intimidade foi tanta que ele até me convidou para sua festa de aniversário. Infelizmente, não deu para eu ir.

Não sou a única descompensada. Outra amiga foi a cinco videntes em apenas duas semanas, depois de terminar com um namorado. Outra fala com entidades e debate com a terapeuta o que foi dito no centro de umbanda.

São tantas as consultas, que as previsões se embaralham e a gente nunca sabe quem acertou mais. De nada adianta prometer que não vai mais gastar dinheiro com isso. É tudo da boca para fora, porque a gente sempre acaba voltando.

Bom mesmo seria abrir uma banquinha em que nós fôssemos as videntes. Aí em vez de jogar dinheiro fora, faturaríamos um trocadinho extra.

PS - A chuquinha dele não é um charme?

quarta-feira, julho 09, 2008

Mal necessário

Depois de adiar a decisão por meses, mais por não ter vontade do que por falta de necessidade, chegou enfim o dia.

No elevador, fui direta:

- Moço, por favor, para a sala de tortura.

Ele riu, mas não entendeu.

- Décimo segundo andar – disse com cara de enterro.
- Moça, mas por que essa cara? – ele finalmente tinha entendido a piada – Você vai ver, faz bem.
- Sinceramente, tô vendo isso mais como operação de emergência – brinquei, tentando ser simpática.

Não faço o tipo de mal com a vida, mas acontece que o ambiente de alegria exagerada, ou melhor, forçada das academias me deprimi. Mas para a limonada ficar doce é preciso açúcar e o triste resultado pude conferir na balança.

Uma amiga havia me dito que entrar para academia abre os seus horizontes. Custo a crer. Na verdade, talvez seja apenas reconfortante, porque em todo lugar para onde olhava via gente como eu: desajeitada e fora de forma.

O começo tem que ser light, para não traumatizar. Escolhi o clássico 30 minutos de esteira. Chato, mas fácil de levar. Do meu lado, uma senhorinha em melhor forma do que eu sorriu de forma simpática. O ambiente, enfim, podia ser agradável.

Parecia porque apenas dois segundos depois, comecei a ouvir gritos da sala ao lado. Era a aula de bike indoor, também conhecido como spinning. Eu até estava pensando em encarar isso, mas depois dos gritos de terror que ouvi, mudei de idéia.

Em outra sala, mas calma e reservada, uma turma fazia ginástica localizada. Acho que achei minha turma.

sábado, junho 28, 2008

Uma mensagem de amor

Estava eu no ônibus, rindo e falando sozinha como de costume, quando um cara moreno e alto me abordou.

- Você não é a filha do Seu Limoeiro?
- Sou.
- Conhece a Nita?
- Conheço, claro.
- Então entrega esse bilhete para ela, por favor.

No papel, o nome, endereço e telefone dele. Sem querer ser preconceituosa, achei meio estranho porque a Nita tem mais de 50 anos e o cara parecia ter uns 30. Mas, depois de Dona Adelfa Volpes (que Deus a tenha!!), quem sou para julgar alguma coisa?

A minha cara, no entanto, deve ter denunciado a minha surpresa, porque ele logo se explicou:

- Você conhece a filha dela, a Cássia? Eu namorei ela. Eu ia deixar essa bilhete na caixa de correio, mas achei que ninguém ia entender. Eu quero essa mulher de volta para mim! Não esquece de entregar, não.

Que responsa!

- Pode ficar tranqüilo que entrego, sim. Mas olha não garanto o resultado da entrega – brinquei.

Ele não reclamou. Achei uma graça disso! Essas coisas, sinceramente, só acontecem comigo.

sexta-feira, junho 20, 2008

Medo de olho gordo

Eu acho muito engraçado como brasileiro tem medo de olho grande. Vira e mexe, vem alguém com uma notícia bombástica de última hora, como mudança de país ou casamento, que você tem certeza que já estava sendo planejada há tempos, mas por algum motivo a pessoa só resolveu te contar naquele momento.

Ontem eu voltava para casa, quando no ônibus um cara falava ao celular em alto e bom som, para variar.

- Ainda não estou contando para ninguém, só vou contar quando conseguir visto, arranjar lugar para ficar. Se não, você sabe, pode melar. Só estou contando para você mesmo que acampanhou tudo.

Não sei se ele se tocou, mas na verdade estava contando para o ônibus inteiro. Eu fiquei me perguntando: será que só amigos e pessoas conhecidas têm olho gordo?