Dia Flamengo
Hoje, 11 de junho, comemora-se o Flamish Day por aqui. A data refere-se à ‘Batalha das Esporas de Ouro’, ocorrida em 1302, que abriu caminho para a independência política da Comunidade Flamenga. Mesmo assim, não é considerado um feriado nacional e nenhum dos flamengos que trabalham comigo tiraram o dia de folga.
A data, no entanto, não passa em branco. Desde o início de julho, uma vasta programação cultural flamenga tem espaço em Bruxelas. Eu mesma fui a um festival de música flamenga, no Parque Elizabeth II. Mas, para a minha decepção, a musica flamenga não tem nada de diferente ou particular. E as bandas cantavam em inglês.
É curioso como existe uma espécie de rixa entre os francofones e flamengos. Segundo a dona do bed and breakfast onde me hospedei, na década de 50 e 60 até as famílias flamengas mais ricas e com melhor status eram obrigadas a falar francês em eventos sociais. Hoje, o jogo virou: para se conseguir um bom emprego em Bruxelas exige-se que se fale francês e flamengo.
Minoria na Bélgica, os flamengos aprendem francês em suas escolas (sim, existe esse tipo de segregação) , mas o inverso nem sempre acontece nas escolas francofones. Por isso, os pais francofones tem corrido para matricular os filhos nas escolas flamengas, deixando os pequenos flamengos sem ter onde estudar. Segundo minha informante, para conseguir uma vaga na escola flamenga para a neta dela, ela ligou para a escola no dia que a menina nasceu. E continuou telefonando para a escola para manter a vaga reservada até a menina completar a idade mínima para estudar.
Hoje, as principais cidades flamengas na Bélgica são Antuérpia, Bruges (foto), Gent e Louvain. Já estive nas duas últimas, que são lindinhas e merecem posts à parte, e não vou deixar Bruxelas sem visitar as duas primeiras, justamente as duas mais famosas.
PS – Viva o Flamish Pride!!
3 Comments:
que legal! Churros com limonada tb é cultura! EU já estive na Antuérpia, Bruges e Gent, acredita?! Nem eu sei bem por quê, hehe. um beijão. aproveite.
churros.
p.s. nao achei o livro da terra de sissi lá em casa.
Cara Limonada, 60% dos Belgas não constituem uma minoria...
Vale ressaltar que o fenômeno linguístico está se alterando, já que os jovens valões (francófonos), estão cada dia interessando-se em aprender o flamengo.
Digo isso porquê trabalho num bar em "Kortrijk" (ou Courtrai, alguém sabe exatamente como é em potuguês?), percebo um esforço da parte deles.
Muitos, inclusive, não podem falar o holandês "standart", mas se ajeitam muito bem com o "West-Vlaams", por exemplo.
Minha conclusão é que a juventude sente a necessidade de interegir consigo própria, independente de flamengo ou valão.
Postar um comentário
<< Home