iPod x Individualidade x Mercado = Costumes?
Assisti a uma aula de marketing, na semana passada, em que o professor falava da evolução de um mercado que hoje tem como maior característica o individualismo. À certa altura, ele deu o exemplo mais manjado sobre o assunto, perguntando:
- Qual foi a última vez que você jantou em casa com toda a família reunida?
Ok, você venceu e estou cansada de saber disso. No meu caso, não tenho a menor idéia de quando foi a última vez. Mas também é verdade que minha mãe, por exemplo, deixou de cozinhar no expediente noturno há muito tempo. Então, convites para este horário são raridade, a não ser que a casa tenha entrando em acordo no sabor de uma pizza. E, claro, que me convide para o banquete.
Bom, pensei em tudo isso em frações de segundo e continuei achando o exemplo muito batido, até que o professor veio com outra pergunta.
- Há quanto tempo você não ouve música com alguém?, ele questionou, emendando: “Quando eu era jovem, me juntava com amigos em casa só para ouvir música!”.
Eu também! Eu também, professor! Meu Deus! Mal lembrava disso. Como a vida mudou desde a época em que eu e minhas amigas Mari e Flá pegávamos emprestado, escondido, todas as fitas cassete dos irmãos mais velhos delas! Foi assim que a gente descobriu amar Echo & The Bunnymen e ouviu pela primeira vez a voz grave de Lloyd Cole and the Commotions.
- Qual foi a última vez que você jantou em casa com toda a família reunida?
Ok, você venceu e estou cansada de saber disso. No meu caso, não tenho a menor idéia de quando foi a última vez. Mas também é verdade que minha mãe, por exemplo, deixou de cozinhar no expediente noturno há muito tempo. Então, convites para este horário são raridade, a não ser que a casa tenha entrando em acordo no sabor de uma pizza. E, claro, que me convide para o banquete.
Bom, pensei em tudo isso em frações de segundo e continuei achando o exemplo muito batido, até que o professor veio com outra pergunta.
- Há quanto tempo você não ouve música com alguém?, ele questionou, emendando: “Quando eu era jovem, me juntava com amigos em casa só para ouvir música!”.
Eu também! Eu também, professor! Meu Deus! Mal lembrava disso. Como a vida mudou desde a época em que eu e minhas amigas Mari e Flá pegávamos emprestado, escondido, todas as fitas cassete dos irmãos mais velhos delas! Foi assim que a gente descobriu amar Echo & The Bunnymen e ouviu pela primeira vez a voz grave de Lloyd Cole and the Commotions.
Enquanto o professor falava na aula, eu “nostalgiava”. Durante um tempo, eu e Mari nos viciamos em desenhar novelas. A gente criava as historinhas, os personagens, os desenhos e ficava horas calada., rabiscando nas folhas do caderno. Depois, eu lia a novela dela e vice-versa. Hoje acho isso engraçado, porque era uma atividade individual. Mas a gente preferia fazer junto.
Pensar nisso me deixa curiosa para saber como as crianças de hoje se relacionam. Acho que fazem sexo muito mais cedo. Quatorze, quinze anos??... Mas não é disso que estou falando. Queria saber se na era de games, internet, telefones celulares, câmeras digitais e i-pods as crianças brincam de pique-bandeira ou se escondem-se no quarto escuro, gritando gato-mia.
A tecnologia nunca me pegou de jeito. Não tenho dúvidas de que é maravilhosa, mas se me oferecessem uma viagem a Cuba ou uma tevê LCD de última geração (essas coisas não acontecem comigo! não ganho nem sorteio de água mineral), provavelmente ficaria com a viagem. E olha que já fui a Cuba. Hum...se bem que uma tevê de LCD, magrinha, combinaria direitinho com um estreito móvel que tenho na sala...É, nos últimos tempos fiquei obcecada com a idéia de ter um iPod. Depois de muito pesquisar, acabei comprando o mp-3. O resultado? Demorei oito meses para ter saco de ler o manual e incluir novos discos nele.
No Rio, tenho medo de usar o iPod por causa de assalto. Em casa, não faz muito sentido: se tenho som e computador, por que ouvir música com fone no ouvido? Até faço isso de vez em quando, só pra gastar, mas me sinto meio idiota. E, além do mais, acho que devo ser solidária, generosa e - indo contra o mercado individualista - compartilhar meu gosto musical com meus queridos vizinhos que me obrigam a ouvir funk e outros dances da moda.
Outro objetivo: estou armazenando cada vez mais CDs. Ando com a idéia de dar uma festa, ser DJ, plugar o mp-3 em potentes caixas de som e ouvir música com meus amigos!
3 Comments:
Nossa, quantas lembranças!!! Eu adorava fazer dublagem caseira com meu irmão, minha prima e a minha vizinha. A gente também fazia umas paródias de novela e programas de TV no Rádio. Era muito, muito bom! Mas também já disputei muito campeonato de videogame! beijos
Gi, deu saudade. Da infãncia que não passamos juntas mas que deve ter tido muitas coisas parecidas. Lembrei dos amigos que tinham banda cover do Pixies indo lá em casa para eu ajudá-los a traduzir as letras e tal.
Pelo menos pra puxar boas lembranças serviu essa palestra (sei lá, pareceu ser bem sacal, foi não?!). beijo, Ciça
Eu adoro paradinhas eletrônicas. Adoro a Apple (escrevo essas mal-traçadas num IBook), mas nunca senti a menor tentação de ter um IPod. Será que não gosto de música? gosto. Mas não gosto de andar por aí com alguma coisa buzinando no meu cérebro - ainda que essa coisa seja, sei lá, a Nina Simone - e nem gosto de me sentir perdendo contato com o que está em volta, a nao ser que seja de forma francamente alucinógena.
Agora, uma coisa me espantou nesse post: Echo and the Bunnymen? Lloyd Cole? eu realmente nào esperava que você, Churros, tivesse chegado a conhecer esses expoentes dos anos 80, ao som dos quais passei uns bons tempos da minha juventude. ;)
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