Primo Basílio para maiores
Não sei se foi a notícia de quem o livro vai ser adaptado para o cinema ou se a conversa com uma amiga, mas comecei a ler 'O Primo Basílio', de Eça de Queiroz. Edição antiga, emprestada pela minha avó. Lá pela página 150, Basílio tenta convencer sua prima e ex-namorada Luísa a viajarem juntos para fugir do calor do verão lisboeta. Casada, ela recusa com medo de que os vizinhos comentem ao vê-la em companhia de outro homem que não seu marido, mesmo sendo um parente. Ele sugere que os dois viajem de carruagem fechada, quando ela, moça de família, rebate: "Mas então era pior do que estar em uma sala, era abafar numa boceta!"
Grosseria? Imagine a cara do escritor paulista Mário Prata, quando uma vez em Portugal, ao ligar a televisão em um horário no qual as crianças ainda estariam acordadas, se deparou com a exibição do filme "A boceta de Pandora"!
Levou um susto! Filme pornô aquela hora? Que nada! Era um clássico do cinema mudo. O problema é que boceta em Portugal é caixa. Por isso a recatada Luisinha reclamou de viajar em uma carruagem fechada, 'era como abafar em uma caixa'.
Pior foi uma amiga, que em visita a Guimarães, cidade onde Portugal começou, resolveu comprar um souvenir. Entrou em uma loja e pediu um broche.
- Ah, minha filha, aqui não se faz isso, não – respondeu o senhor que tomava conta do lugar, muito constrangido.
Ela não entendeu nada. Quando voltou para casa, comentou o episódio com amigos brasileiros, que vivem na terrinha. A risada foi geral. Broche, em Portugal, é o popular boquete brasileiro! Quem quiser comprar o nosso broche por lá, tem que pedir por um alfinete, ora pois!
1 Comments:
hahaha!
hahaha!
olha q a terrinha é uma constante, mas essa eu não sabia!
beijos,
churros.
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